Excepcionalmente hoje, a Coluna do Futebol Baiano traz mais um participante tradicional do nosso futebol, no especial sobre os principais clubes da Segundona local.
Hoje é a vez do Ypiranga, conhecido como O Mais Querido, ou também Aurinegro Canário, uma alusão às suas cores e ao bairro que lhe homenageia, a Vila Canária.
Duas características marcam esse clube rico em história e personagens. Uma, é que foi o primeiro time do estado a incluir negros em seus quadros de atletas e outra é que foi a primeira agremiação fundada por populares, mais precisamente por operários, artífices e outros excluídos do nobre esporte bretão.
O aurinegro tem entre seus maiores torcedores, o escritor Jorge Amado e a freira, e agora Venerável, Irmã Dulce.
O Ypiranga nasceu em 17 de abril de 1904, com o nome de Esporte Clube Sete de Setembro. Em 7 de setembro de 1906, ocorreu a mudança para o nome atual. Detalhe: a diretoria considera esta a data oficial de fundação.
O clube, como citado acima, foi criado para representar de fato, o povo baiano e os soteropolitanos das camadas mais excluídas da sociedade, numa época onde o futebol na Bahia ainda era elitizado.
Outra curiosidade sobre o Mais Querido é a forma como seus torcedores são fiéis ao amarelo e preto, tanto que esse sentimento de amor e de perpetuação da paixão ypiranguense, é demonstrado no segundo hino do Canário.
"Meu amarelo e preto
meu time do peito
meu velho Ypiranga
o povo foi quem te criou, consagrou
time do nosso amor
a gente enfrenta chuva,
a gente enfrenta o sol
bandeira aurinegra honrando o futebol
é o povo reunido, cantando mais uma vez:
agora um, dois, três
vai pra frente mais um gol
eu só saio daqui com o Ypiranga vencedor."
Em seus primeiros anos de Baianão, o time não alcançou boas colocações. Mas a partir de da década de 10, que a equipe se tornou o maior papa-títulos da época áurea do esporte em nosso estado. Tanto que superou o Vitória, o Botafogo e o Internacional de Críquete, em número de campeonatos: 10. Isso até os anos 50, quando cedeu lugar para o Bahia.
Teve como maior expoente do seu escrete, um negro que era considerado a fina flor do futebol. Seu nome era Apolinário Santana, o Popó.
De tão idolatrado que foi, não somente por ypiranguenses, mas também por toda a Bahia, Popó virou nome de rua, na orla de Salvador.
Apolinário Santana, o Popó. O maior ídolo dos 104 anos do Ypiranga. |
O Ypiranga chegou a quase fechar as portas da Vila Canária, seu CT e nome do bairro que o abriga. Mas a iniciativa de desportistas abnegados e de uma empresa de marketing esportivo, fizeram com que o aurinegro voltasse depois de alguns anos licenciado.
Segunda que vem tem mais especial sobre os principais clubes da Segundona da Bahia.
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