segunda-feira, 4 de abril de 2011

Especial Segundona Baiana

A Coluna do Futebol Baiano, apresenta a partir de hoje, e sempre às segundas, um especial sobre os principais clubes que disputam a Segunda Divisão da Bahia, como mencionado no post anterior (clique e veja aqui).
Hoje vou apresentar um pouco da história do Botafogo Sport Club. O texto abaixo está postado em meu blog, o Turma Tricolor.


O quarto maior papa-títulos do estado. É assim que lhes apresento o Botafogo Sport Club, um daqueles clubes que cultivam no imaginário dos que assistiram os grandes embates dos velhos campos da Graça e da Pólvora, um misto de saudade e de encantamento.
O clube alvirrubro, deixou o futebol profissional em 1989. De lá para cá, disputou apenas competições de base. Mas a necessidade de tentar reviver as glórias do passado, fez com que o clube do Pote retornasse ao Baianão profissional.
O Botafogo Sport Club, foi fundado em 1º de novembro de 1914. Nos primeiros anos de campeonato estadual, dividiu as atenções dos torcedores com seus maiores rivais, sobretudo com Ypiranga e posteriormente, com o Bahia.
Falando no tricolor, o Fogão local proporcionou um dos mais folclóricos clássicos do nosso futebol. Trata-se do Clássico do Pote, cuja história você lê neste texto produzido para o meu antigo blog, o Soy Loco Por Futebol.
Escudo do Botafogo de Salvador



O mundo inteiro sabe que o maior rival do Bahia é o Vitória. Só o que muitos não sabem, é que até meados dos anos 50, a rivalidade do Tricolor com o rubro-negro, era quase inexistente.
Naquela década, os rivais do Esquadrão eram outros e esse é o objetivo desta nova série do Blog do Baheea*. Mostrar para o público, com quem o Bahia rivalizava no futebol baiano.
(...).
O alvirrubro de Salvador nasceu no dia 1º de novembro de 1914. Foi campeão baiano 7 vezes e outras 6, do torneio início e uma vez vice da segundona local.
Seu melhor momento no futebol da Bahia, aconteceu nas décadas de 1920 e 1930. (...). Em 1919, o clube foi responsável pelo fim da invencibilidade do Ypiranga, o maior clube do estado na época.
Contra o Bahia, disputou o chamado Clássico do Pote. A estória deste jogo é curiosa.
Desde 1931, ano de fundação do tricolor, o Botafogo era o seu maior rival. Para se ter uma ideia, o primeiro confronto entre as duas equipes, realizou-se no dia 07/06/1931, com um empate em 2 x 2.
A partir desta data, o Bota nunca havia vencido o Bahia até que um torcedor símbolo do clube, Pedro Capenga, cansado de ver seu clube vermelho e branco perder ou empatar todas as partidas com o grande algoz, resolveu fazer uma promessa.
No dia em que o time vencesse o Esquadrão, ele quebraria o pote de barro que ostentava em todos os jogos entre as duas equipes. E assim ficou conhecido o maior clássico do futebol baiano até 1960.
Pedro Capenga era um comerciante de peixes, com ponto no Forte de São Pedro. Certa feita, ele decidiu que faria a promessa de quebrar um pote estilizado com as cores do Botafogo e enfeitado com flâmulas e fitas, além de ter desenhado o escudo do clube. Ele levava este pote aos jogos no antigo Campo da Graça.
Capenga durante anos, viu o seu amado clube levar goleadas homéricas do tricolor, entre estas goleadas, está a de 9 a 3, em 1937. Ainda em 37, após sucessivas derrotas e empates, a crise entre a torcida e o time só aumenta. Eis que chega o dia 05/09/1937. O Campo da Graça estava lotado e lá estava Pedro Capenga e seu pote decorado.
Bahia e Botafogo fazem mais um emocionante jogo, só que os astros neste dia, estavam a favor do alvirrubro. As apostas, que naquele tempo eram legais, rolavam soltas nas gerais do velho estádio.
A massa vermelha e branca fica cada vez mais esperançosa, como sempre, em ver o dia em que Capenga quebraria aquele pote. E a esperança aumentava cada vez mais quando o Henrique fez o primeiro do Foguinho. No segundo tempo, novamente Henrique aumentou o placar e no final, Pedro Amorim fez para o Bahia. Era a festa de uma torcida que esperava há muito o dia da vitória e era também, um dia muito aguardado por Pedro Capenga que enfim, pôde cumprir a sua promessa de quebrar o pote no meio das gerais do Campo da Graça.
Cada pedaço daquele objeto foi disputado à tapas pelos torcedores. E o grande jogo ficou imortalizado na história do futebol da Bahia.
* Antes de criar o Turma Tricolor, eu tinha um blog chamado Blog do Baheea, na plataforma Olé! Olé Brasil, que posteriormente mudou de nome para Soy Loco por Futebol. Texto com modificações


Nenhum comentário: