domingo, 29 de janeiro de 2012

Início do Campeonato Mineiro e a renovação de esperança dos torcedores atleticanos


Hoje começa o Campeonato Mineiro. Para os jogadores, comissão técnica e para a maioria dos torcedores. Não para mim. Durante TODA a minha vida, janeiro era um mês de infelicidade, futebolísticamente falando. Afinal era um mês inteiro sem jogos, sem ansiedade, sem roer as unhas durante os 90 minutos. Sem estádio lotado, sem torcida cantando junto, sem arrepios de emoção, sem gritos de gol. Era um mês em que a cada fim do dia eu riscava o calendário. Era um dia a menos para a estréia, pra mais um ano inteiro de emoções. Era.

Com o último jogo no Campeonato Brasileiro ano passado, tudo mudou. Nunca imaginei que a paixão que eu tinha pelo futebol pudesse ser abalada, mas foi. E não foi um abalo qualquer, não foi um simples tremor onde com o passar dos dias tudo volta ao normal. Foi um abalo sísmico daqueles com 7 graus na escala Ritcher, onde as coisas demoram anos para se recuperar, recompor, reconstruir. E tenho minhas dúvidas se algum dia essa paixão voltará plenamente.

O motivo da minha amargura aparentemente pode ser visto no placar: 6x1. Pro principal rival. 6x1 em um jogo onde o rival poderia ser pela primeira vez em sua história, rebaixado para a segunda divisão. Um jogo que tiraria dos rivais a arrogância (justificada) por nunca terem “caído”. Um jogo que de acordo com as estatísticas tinha tudo para ser nosso. Mas não foi.

Foi um jogo completamente atípico onde só uma equipe entrou em campo. Foi um show de falta de vontade e humilhação de um lado e raça e superação de outro. Foi uma goleada que doeu na alma de cada atleticano. Raiva, tristeza, lágrimas e incredulidade. Até hoje ninguém sabe dizer o que aconteceu naquele jogo. Só sabemos que algo estava errado. Algo muito sério aconteceu aquele dia.

Muitos falaram que “a partir de hoje eu largo o futebol”. Mas hoje, na estréia do Mineiro, vemos todos vestindo a camisa e esperando ansiosamente o horário dos jogos. Afinal futebol é isso mesmo. Uma tristeza avassaladora que dura só até o próximo jogo. O amor pelo time não é algo racional. É amor em seu verdadeiro sentido, é emoção, tá no sangue. Entra jogador, sai jogador, muda o presidente, títulos são conquistados e perdidos, vem e vai. A única coisa que não vai embora nunca é o amor.

O atleticano é diferenciado, conhecido por esse amor acima do normal. Conhecido pela sua torcida (a famosa MASSA atleticana), por seu apoio incondicional. E é essa torcida que hoje sai às ruas vestindo a camisa e balançando bandeiras, esperançoso de que este seja um ano feliz, com muitas vitórias e conquistas.

O desenho do GALO tatuado em meu braço parece estar ali para me lembrar sempre do quanto eu amo este time. Que apesar do meu desalento, este amor é tão forte que não se apaga mais. Está ali gravado, visível e sendo mostrado por todos que me olham. Este Galo se mostra forte, imponente, com as esporas afiadas, valente. Mas o Galo que está em meu coração está fraco, apagado, desanimado e quase sem esperanças. Quase.

Daqui pouco mais de uma hora o campeonato se inicia. E algo no Galo do meu coração começa a ficar ansioso. Aquele conhecido friozinho na barriga pré-jogo. Sempre há esperanças. E enquanto ela existir a gente estará junto, meu Galo. Mais um ano começa pra gente e eu nunca, NUNCA vou te abandonar.

Pra cima deles! Em busca de dias melhores, amém. Que venha o primeiro adversário. O Galo é amor, não é simpatia.


P.S: E para quem estranhou a falta de coerência do começo do texto com o final, não se assuste. Atleticano é assim mesmo. A razão começa mandando mas logo a emoção toma conta.

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