sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O famoso "resultado positivo para a nossa equipe"

Todo mundo já reparou nas entrevistas que os jogadores dão à beira do gramado no início, meio e fim das partidas, né? Pois bem. E quais dessas pessoas já pararam para pensar no que motivaria as emissoras e transmitirem essas entrevistas?

Ora, os atletas sempre falam exatamente as mesmas coisas. Se o time está ganhando, "vamos tentar aumentar essa vantagem para sair daqui com os três pontos", se o time está empatando, "agora, é conversar com o professor e ver o que a gente pode fazer para desempatar", e se está perdendo, "temos que buscar o empate para depois poder tentar reverter esse placar". Mas é claro, eles dizem o que todos já sabemos. E se comportam como robôs, repetindo as mesmíssimas coisas sempre. São raras, as vezes em que o discurso sai desse feijão-com-arroz requentado.

Muitos jogadores se irritam, outros se recusam a responder, ou acabam falando demais, uns falam palavrão sem sentir, outros por estarem irritados. Na maioria das vezes, isso se dá pelo estado emocional em que se encontram, aliado ou não à pressa de ir para o vestiário. Qual é, então, o propósito dessas micro-entrevistas? Tentar criar um estopim para causar polêmica? Será que há algum acordo com os patrocinadores por trás disso, de que "a cara do jogador tem que aparecer nesses períodos" para que possam aparecer, ao fundo, seus logotipos e cores? Seria exagero pensar assim? O fato é que é, de certa forma, estranho.

Não defendo os jogadores e muito menos critico, de forma alguma, o trabalho desses jornalistas que ficam à beira do campo, pelo contrário. Eles trazem informações interessantes em tempo real sobre o que acontece com a comissão técnica e o que se passa além dos limites do campo. Isso deixa o telespectador mais informado. O ponto é que, às vezes, fica a impressão de que eles têm uma espécie de obrigação de fazer qualquer pergunta ao jogador, sem necessariamente existir algo a ser perguntado. E é justamente isso que torna as entrevistas repetitivas.


PS: Neste vídeo, o humorista Marcelo Adnet, da MTV, ilustra essa situação de maneira descontraída e extremamente bem sacada!

5 comentários:

Talita disse...

Não é só por ser fã dele mas adoro quando o paredão fala (Julio César) porque é diferente desses tantos aí.

Gostei mesmo quando o Ceni falou que o SPFC deu uma "bambiada" lol

Anônimo disse...

Por mais repetitivas que sejam, penso que se resolverem tirar essas entrevistas vai ter muita gente reclamando.

Anna Flávia disse...

Eu nem faço questão de ver. Na maioria das vezes saio da frente da tv assim que o jogo termina, seja no primeiro ou no segundo tempo.

Unknown disse...

Fala, Matheus!
Futebol à parte, a impressão que eu tenho é a de que as respostas são padronizadas porque as situações tb o são. Num jogo só há 3 situações: ganhar, empatar ou perder, daí as respostas correspondentes. Depois de pensar muito sobre isso (é sério, o jeitão dos jogadores nas entrevistas sempre me intrigou), acho difícil fugir desse padrão!
Bjs

Maria Marques disse...

Pior que é verdade. É que nem entrevista de miss, tudo igual: sorriso Colgate, um adeusinho para os telespectadores e às vezes uma lagriminha.
Mandou bem!